quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

fim de ano falso inglês, ufa!



Como convém, esta lista foi composta sem muita convicção. É tanta música boa, tanta música ruim, tanto fuzuê e desorganização, que o que nos resta é empilhar as que nos marcaram com uma impressão mais forte e torcer pra que, no processo de empilhar, elas se tornem as melhores do ano. E é bem capaz que elas se tornem, sim.

       Justamente porque não buscamos qualidades fixas, intrínsecas a cada música. Uma lista desta não tem como ser um campeonato de pontos corridos, em que o sufjan marcou mais em casa, mas a dublonde tem a defesa menos vazada. Ao empilhar, meramente notamos a observância destes músicos de alguns quesitos que a gente já cansou de delinear aqui. A saber, honestidade pra com a tradição que os contingencia e abertura do coração. Esses dois quesitos, assumir predecessores e, ainda por cima, falar do que vai dentro, requerem coragem. E temos mais é que comemorar mesmo esta coragem de cada um dos músicos da lista de se expor e, com isso, iluminar mais uma fatia da nossa própria condição humana.



gengahr - she's a witch
eu mesmo já perdi as contas de quantas vozes esta música têm. solinho no final, pr'alegria.

dusk - too sweet
solo wurlitzer + solo guitar havaiana + backing vocals + viradinha de bateria + amigos se divertido. é por isso q a gente vive.

dublonde - hunter
poder emana desta loira. da letra e do instrumental pesados. quando a glória te alcançar, será que cê tem força pra desfilar os louros?

beach house - levitation
o minuto final mais belo do ano. não: o minuto musical mais belo do ano.

dungen - sista festen
alguém disse clube da esquina? alguém disse música sacra, de celebração?

the dear hunter - the old haunt
crisis? what crisis? precisou chegar um menino emo pra nos relembrar dos ensinamentos de roger hodgson.

tops - the hollow sound of the morning chimes
uma viagem do soul ao jesus and mary chain passando pelo primal scream.

joanna newson - leaving the city
uma das músicas assombrosamente belas do ano.

blur - ong ong
uma aula de como encaixar tds clichês possíveis numa canção.

neil young - sunny inside
um bootleg do 88 reafirmando o que o 15 esqueceu.

all dogs - leading me back to you
raras vezes o indie consegue tocar o terror. nesta lista já foram duas, três.

sufjan stevens - should have know better
luto atrás de luto e a bridge restaurando esperança.

sheer mag - button up
desde JJ uma mulher não cantava assim.

diiv - bent (roi's song)
essa canção, sozinha, justificaria o gênero shoegaze.

weather station - shy women
o que abundou nesta lista foram mulheres não tímidas. bem saidinhas, na real.

anedokten - if all comes down to you
midlake espiritual colide com o the amazing supersônico.

wilco - magnetized
já falei demais sobre essa canção e ainda não alcancei 10% dela.

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